Imaginem um solo pobre, em que a primeira camada é de pedra, a segunda camada de areia e a terceira de argila, isso parece bem ruim né? Mas não é, pois as pedras são ideais para garantir um reforço térmico, a areia serve para drenar a água e a argila para conservar a umidade do subsolo, forçando as raízes a irem mais fundo atrás de nutrientes.
Entretanto, sozinho o solo não é garantia de que o vinho será de alta qualidade, isso porque há outros fatores necessários para um bom resultado, como o clima e a mão do homem. Esses 3 conceitos juntos formam uma espécie de triângulo que ajudam a explicar o mágico conceito do terroir.
Dada esta introdução, o objetivo do post de hoje é mostrar os mais diferentes solos do mundo e quais as principais características dos vinhos.
1) COONAWARRA, AUSTRÁLIA: A festejada Terra Rossa,de Coonawarra, na Austrália, é basicamente uma combinação única de eventos. A área - que já foi um litoral - tem solo calcário sobre a parte superior de uma base de arenito. O calcário secou ao longo de milênios e a desintegração do solo quando começou a erodir provocou depósitos de ferro em seu interior, gerando oxidação e criando tonalidades de laranja e vermelho na terra, rica em nutrientes e minerais, com boa drenagem.
Perfeito para Cabernet Sauvignon, embora o emblemático Shiraz também tenha sucesso
O resultado são vinhos ricos, encorpados, quase picantes. E com generosa quantidade de álcool.
E é na raiz desse solo que mora muito da explicação da qualidade, da fineza e da singularidade de cada um dos bons vinhos da região.
4) DOURO, PORTUGAL: O vinho que nasce do Douro é um sobrevivente. A região é rica em granito, mas o maciço de xisto dividido em camadas verticais por baixo da superfície permite que a umidade se infiltre no solo , e ainda oferece espaço para que as raízes se infiltrem mais profundamente em busca de nutrientes .
O resultado é um vinho robusto, encorpado e forte. Trocando em miúdos, é um sobrevivente.
A ajuda do clima, com muito sol durante o dia e temperaturas baixas à noite, completam o quadro e geram vinhos ricos em resveratrol (próximo post dedicado a ele, amanhã)!
(Informações baseadas na Revista Adega -ano 6- n° 79.)
Beijos e até amanhã,
Daniele
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