sexta-feira, 18 de maio de 2012

Vinho em Risco


Um dos emails que recebi semana passada foi sobre a nossa posição (como consumidores) sobre o risco que os vinhos importados estão por sofrer... Li um artigo muito esclarecedor, do qual quero compartilhar com vocês. Autoria de Regis Gehlen Oliveira, com alguns "bedelhos" meu.

O momento é de grande apreensão para nós consumidores e importadores de vinhos no Brasil. A oferta e o preço dos produtos estão em risco.

Após recente visita da presente Dilma Roussef ao Rio Grande do Sul, veio à tona o fato que em julho de 2011 quatro entidades representativas do setor vinícola brasileiro entraram no Governo Federal com pedido de salvaguarda para a produção nacional. Será uma proteção temporária contra a concorrência dos vinhos importados.

Entre as medidas que podem ser adotadas está a limitação de garrafas para importação e aumento de impostos para os importados (alguns cogitam um aumento de mais de 50% por rótulo). O pedido está baseado no argumento de que não haveria igualdade de competição entre nacionais e importados, e que por consequência os brasileiros perderiam a cada ano participação no mercado e, nas palavras das entidades correriam o risco de desaparecer. Como contrapartida vinícolas nacionais implantariam no período da salvaguarda um programa de ajustes para melhorar a sua alegada falta de competitividade.

Vemos em estatísticas (elas não mentem) que desde 2004, o mercado cresce tanto para os vinhos importados, quanto para os nacionais e hoje atinge mais de 115 milhões de litros por ano. É um mercado que tem muito a crescer, pois é de apenas 0,5 litros por pessoa por ano, enquanto o francês é de 50 litros.

Se quisermos a verdade a olhos vistos, é só visitar, por exemplo três dos maiores produtores brasileiro (Miola, Casa Valduga e Salton) e comparar o tamanho que são hoje com o que eram há alguns anos. O mesmo não se pode fazer com as principais importadoras.

De todo o falado até agora, a grande verdade é que o vinho brasileiro não precisa de proteção, talvez precise de mais arrojo no mercado, sair mais das fronteiras do sul e trabalhar melhor a sua divulgação nos grandes mercados do sudeste para entrar na onda do crescimento. Qualidade e preço muitos produtores têm.

Nós brasileiros já temos experiência que protecionismo não leva a nada. Tivemos reserva para informática e pouco evoluiu. Só quando se abriu para os importados todo o mercado cresceu e melhorou. O mesmo pode ser dito em relação a indústria automobilística e vários outros setores.

Vinho é prazer, não é commoditie, nessas condições injustas a maioria do consumidor não vai trocar de importados para nacionais, vai consumir água ou algum outro produto mais barato, e quem pode mesmo vai tentar encontrar importado mesmo pagando mais caro.

A adoção da salvaguarda seria um tiro no pé dos produtores brasileiros. E no bolso e na alegria de nós consumidores de vinho

Agora, com minhas palavras, gostaria de dizer que nós somos absolutamente contrários a qualquer ferramenta que possa prejudicar o consumidor e a qualquer impedimento protecionista, afinal, o vinho é um dos produtos mais globalizados que existe e o apreciador quer poder tomar a maior diversidade de rótulos possível e aos melhores preços possíveis, e essa deve ser a nosso verdadeiro objetivo e luta.

Uma boa a noite a todos e até amanhã,

Dani

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