segunda-feira, 23 de abril de 2012

Alemanha - Legislação Vinícola

Dando continuidade as nossas semanas temáticas, falaremos durante esta da Alemanha, creio que será muito bem vinda ao blog, afinal, para um não iniciado, há poucas coisas mais enigmáticas do que um rótulo de vinho alemão - e até o melhor especialista tem dificuldade com os detalhes.

Como de costume, hoje faremos uma pequena introdução sobre o país escolhido e a seguir falaremos da Legislação Vinícola Alemã.

A Alemanha é o lar da Rielisng, cepa considerada por muitos especialistas a mais nobre das brancas; é um dos países que apresentam vasta gama de estilos de vinho, do raro, doce e sensacional Trockenbeerenauslese (que palavra é essa??rsss) ao adstringente Kabinett. Em Baden, sul da
Alemanha, reinam as cepas Pinot (Pinot Blanc e Pinot Noir). A cepa Silvaner não é muito apreciada, exceto em Franken, pois atinge um ótimo nível.

Atualmente, não podemos dizer que a Alemanha é um país participante no mercado internacional, apresenta apenas 102.000ha em produção, 9 vezes menos que a França e a Itália, além do mais, a imagem do vinho alemão ficou prejudicada devido à grande quantidade de branco adocicado medíocre exportado nas últimas décadas, não é a toa, que muitos consumidores associem "vinho alemão" à pior qualidade que o país oferece.

Voltando ao tema principal do post, um rótulo de vinho alemão tem sobrecarga de informações: cepa, grau de amadureciemento, vinhedo, vila, região, nome e endereço do produtor,além de Amtliche Prüfungsnummer (número AP, prova de que o vinho foi testatado) e grafias góticas.

Todas as áreas vitícolas são legalmente definidas e designadas como um só vinhedo (Einzellage) ou um conjunto de vinhedos (Grosslage). Diferente da França e da maior parte da Europa, esses não são classificados pela qualidade. Os vinhos é que são individualmente categorizados segundo o amadurecimento das uvas na vindima. Assim, qualquer Erinzellage pode estar no nível mais alto, Qualitätswein mit Prädikat (QmP), em uma dada safra.

Em teoria tudo bem, pois uvas mais maduras geram vinhos melhores, mas devido a brechas no sistema (como plantar cepas inferiores para atingir altos níveis de amadurecimento) 90% da produção são designadas QmP ou o nível abaixo, Qualitätswein bestimmter Anbaugebiet (QbA). A hierarquia é ambígua e desbalanceada, e garrafas de padrão mundial ganham o mesmo status de bebidas quase que intragáveis.

CLASSIFICAÇÃO ALEMÃ:

Qualitätswein mit Prädikat (QmP) : Literalmente "vinho de qualidade com características especiais", é sua classificação mais alta. Para obter esse status as uvas devem atingir um nível de amadurecimento mínímo, entre Kabinett ( o mais baixo nível de açúcar) e Trockenbeerenauslese ( o mais alto). Os valores determinados variam para cada região e cepa. A adição de açúcar durante a fermentação para aumentar o nível de álcool não é permitida nesses vinhos.

Kabinett: Exceto se rotulado como trocken ou halbtrocken, esse vinho será meio-seco.

Spätlese: Vinho de colheita tardia, normalmente de estilo médio a meio doce

Auslese: Vinho médio a doce no qual algumas uvas podem ter sido afetadas por botrítis.

Beerenauslese: Vinho doce no qual muitas uvas foram afetadas por botrítis.

Eiswein: Vinho intensamente doce feito de uvas que congelaram naturalmente na vinha, tendem a ter sabor rico e muito puro.

Trockenbeerenauslese (TBA): Vinho intensamente doce feito apenas de uvas afetadas por botrítis.

Qualitätswein bestmmter Anbaugebiet (QbA) - Segundo nível na classificação, para vinhos de qualidade feitos em uma região designada. A chaptalização é permitida.

Landwein: Vinho do país, pode proceder de qualquer 1 de 17 áreas designadas.

Deutsche Tafelwein: Categoria para vinhos de mesa feitos exclusivamente na Alemanha.

Complicado né? Por isso, espero amanhã rótulos para TENTAR ajudá-los :)


Imagem bonita para começarmos bem a semana :)

Beijoss e até amanhã,

Daniele


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